Pular para o conteúdo principal

Sifrá e Puá

Você leu na postagem anterior a respeito do “desenrolar” da promessa de Deus a Abrão.
Alguns nomes são rapidamente reconhecidos nessa história.
Abraão, Isaque, Jacó e José são os patriarcas que carregaram a promessa e suas famílias são facilmente identificadas, seus nomes estão sempre presentes. Porém outros nomes permanecem nos “bastidores” e somente com um olhar atento podemos identificá-los. Nem por isso são desprezíveis.
No inicio do livro de Êxodo lemos sobre a morte do “último” patriarca de seus irmãos e de toda aquela geração.
Então levantou um outro rei sobre o Egito que não conheceu José e assim as palavras que Deus disse a Abrão começaram a ter efeito mais visível.
Os filhos de Israel são reduzidos á escravidão.
A promessa de uma grande nação começa a se manifestar no cativeiro. Quanto mais aflição, mais os filhos de Israel se multiplicavam, mais cresciam e se fortaleciam. Paradoxo, não? O que poderia barrar o agir de Deus?
Veja só como a situação agora é diferente. As mulheres hebréias estão férteis. Resistentes às pressões. Nem mesmo a vida de dura servidão impedia a fertilidade dessas mulheres. Não havia mais esterilidade.
Faraó se desespera com a situação até que tem uma idéia. Se esse povo não para de se multiplicar o jeito é impedir que tenham filhos!
Para executar seu “plano infalível” faraó chama as parteiras das hebréias, Sifrá e Puá, e lhes ordena que matem os meninos no momento do nascimento.
Observe que o nome de faraó não recebe nenhum mérito nessa história, mas essas duas parteiras têm seus nomes mencionados.
Elas foram vitais no plano de Deus para que os filhos de Israel se multiplicassem no Egito. Por temor a Deus não matavam os meninos, mas em vida lhes conservavam.
Faraó chama de novo as parteiras para tirar satisfação e o que elas dizem?
“É que as mulheres hebréias não são como as egípcias; porque são vivas, e já têm dado à luz antes que a parteira venha a elas”.
Que coisa maravilhosa acontece quando Deus está no controle da situação!
Sifrá e Puá não imaginavam em que o temor a Deus poderia lhes resultar.
O que faraó poderia lhes fazer? Temeram a Deus e mais uma vez o princípio de obediência resulta em benção.
Lemos no final do primeiro capítulo as seguintes palavras:
“E aconteceu que, como as parteiras temeram a Deus, ele estabeleceu-lhes casas”.
Em outra tradução diz que Deus lhes constituiu família.
Fico aqui imaginando.
Será que essas mulheres não eram casadas ou eram estéreis? Quantos filhos das hebréias elas presenciaram nascer? Será que escolheram esse ofício pelo desejo intenso de ser mãe? Será que o simples fato de ajudar em um nascimento de uma criança lhes supria o desejo de ser mãe, já que não podiam gerar e por isso não obedeceram a ordem recebida de faraó?
Mas suas histórias mudaram. Porque temeram a Deus e não tomaram a vida dos filhos de Israel Deus lhes concedeu favor. Tiveram suas próprias famílias e num contexto onde os nomes são tão importantes como na história bíblica, receberam destaque.
Sifrá e Puá foram sensíveis em perceber que o favor de Deus estava com o povo hebreu e por isso decidiram ser participantes do plano maior que era de Deus.
Seja você também, parte na realização dos projetos de Deus!

Comentários

André Rodrigues disse…
Paz do Senhor!

É interessante saber q o Senhor pode usar, NOS SEUS MAIORES PROJETOS, os 'anônimos' desta vida... Nomes que nem são considerados, pessoas que não são lembradas, mas delas dependeu uma ATITUDE para que o Senhor formasse o 'povo seu, zeloso, de boas obras', de onde o Senhor constituiu seus 'reis e sacerdotes'.
Isso reforça que podemos marcar nossa geração, ainda que não tenhamos o nome estendido nos murais e 'out- doors' por aí... Eu ainda estou crendo nisso, como aprendi com nosso pastor Jefferson... É inutil passar por esta vida sem ter deixado um 'legado', MESMO SENDO UM ANÔNIMO!

Paz do Senhor Jesus.
Josilene disse…
Ótima reflexão! Isso me faz pensar: o que vale mais a pena em um grande propósito? Ser o protagonista da história (como no caso de faraó) e nem ao menos ter seu nome mencionado...ou, receber destaque como ocorreu com essas mulheres.
A partir disso, conclui que estar disponível para ser usado por Deus nem sempre significa mérito, fama,reconhecimento,...mas, sendo um Deus maravilhoso como é o nosso Deus, como certeza significa:recompensa!!!
O que vale mais? O reconhecimento das pessoas pelo que fazemos ou a recompensa de Deus??? A resposta é clara,né?!

Abraços
Miriam disse…
Oi, que linda meditação! Isso me faz pensar nas passagens bíblicas que nos instruem a fazermos o bem, jejuns e oração em nosso quarto, sem alardes, pois o Deus que tudo vê pode e recompensa mesmo os que estão "nos bastidores". É melhor sermos conhecidos de nosso Deus(como citou a Josi) do que sermos protagonistas que aos olhos de Deus não são nada. Te amo, Miriam

Postagens mais visitadas deste blog

O que aprendo com a gazela?

Convidada para pregar no culto de encerramento das atividades (2013) do grupo Dorcas (grupo de mulheres da AIDB-Uberlândia), me senti motivada a estudar a história desta personagem bíblica que inspirou o nome do grupo. Quem foi Dorcas? O que seu nome significa? Quais seus valores? Porque sua história motiva outras mulheres que trabalham na obra do Senhor? O nome apresentado na história bíblica é Tabita e sua história é apresentada no contexto de sua morte. Estranho, não? A narrativa se encontra no livro de Atos, cap.9 à partir do verso 36. E assim começa a descrição dos fatos: “E havia em Jope uma discípula chamada Tabita, que traduzido se diz Dorcas. Esta estava cheia de boas obras e esmolas que fazia. E aconteceu naqueles dias que, enfermando ela, morreu; e, tendo-a lavado, a depositaram num quarto alto”. Para um “leitor dinâmico” estes dois versos resume toda a história. A mulher existiu, era uma mulher de boas obras, ficou doente e morreu (ponto!). Porém estes dois versos mostra

Um encontro na fenda da rocha

Visitar as formações rochosas no início da semana me fez lembrar uma passagem interessante que se encontra no livro de Êxodo cap. 33 quando Moisés pediu para ver a glória de Deus. Impressiono-me com a ousadia desse homem em pedir para Deus algo tão grandioso. Enquanto olhava para as rochas pensava na história de Moisés, pois a bíblia menciona que Deus respondeu ao pedido dele. Não em sua totalidade é verdade, mas o levou numa fenda da rocha, tampou-lhe os olhos enquanto passava por ele e permitiu que visse suas costas.  Também me lembrei de duas músicas baseadas nessa história e gostaria de compartilhar com vocês... Uma é interpretada pela cantora Fernanda Brum se chama: “Em tua presença”  e a outra é interpretada pela cantora Alda Célia e se chama: “Mostra-me tua glória”  . Moisés desfrutou de um feito extraordinário, não ouve nada igual. Por quê?  Ele desejou um nível mais profundo de intimidade com Deus. Que possamos compartilhar do mesmo anseio de Moisés... Tenha

E o Fogo Lambeu a Água

Gosto de observar a multiforme graça de Deus. Em toda a bíblia podemos ler a respeito de estratégias pouco convencionais que Ele usou para livrar seu povo. Em uma batalha o sol e a lua pararam para que Israel pudesse lutar com vantagem sobre seu inimigo, em outra o grito e assombro foram as estratégias para conquista, outra Israel precisou apenas se colocar de pé para ver o livramento do Senhor e assim por diante. Cada batalha uma nova estratégia vinda da parte de Deus para livramento de seu povo. Aprecio a inspiração divina. Ele confunde os sábios com sua sabedoria e desarma os poderes das trevas com o simples sopro de sua boca. Quem é Deus como o nosso Deus? O interessante nessas histórias é perceber a sintonia que os homens e mulheres tinham com Deus. Eles sabiam que de Deus não se zomba e que cada peleja que enfrentavam estavam amparados por sua palavra. Sendo assim quando leio a história de Elias me maravilho. Ele desafiou os profetas de Baal a colocar a prova de quem e