Lembro-me de uma noite quando estávamos para dormir e minha irmã mais velha, que dividia o quarto comigo, começou a chorar de medo. Morávamos rodeados por terrenos baldios. Ela dizia ter ouvido barulhos e se recusava a dormir. Então meu pai se levantou, foi até ao nosso quarto, pegou minha irmã pela mão e a levou para fora de casa na direção de onde ela supostamente havia escutado o barulho. Meu pai sabia que não tinha nada de errado lá fora e queria provar para minha irmã que aquele medo era sem razão. Era sempre assim, ele nos incentivava a encarar o medo, num parque de diversões a encarar uma ‘montanha russa’ ou no mar a encarar as ondas ou numa mureta a pular nos braços dele. Crescemos desafiados a encarar o medo e a não nos rendermos à primeira dificuldade. Minha mãe nos ensinou a encarar os desafios emocionais. Ela literalmente nos ensinou como “engolir o choro”. E quando a situação ultrapassava os recursos humanos ele e minha mãe não deixavam de nos ince