Aprendi a orar desde muito pequena (tenho que rever esta frase). Meus pais me ensinaram a importância de falar com Deus desde a minha infância, e eu aprendi.
Sempre que íamos viajar, fazíamos uma oração a Deus apresentando a nossa viagem e clamávamos a ele por proteção. Quando chegávamos fazíamos uma oração de agradecimento. E ainda hoje é assim. Graças a Deus temos vivenciado muitos livramentos e podemos fazer coro com o profeta Samuel dizendo: Ebenézer – até aqui nos ajudou o Senhor!
Quando comecei a viajar de avião, mudei um pouco a minha oração já que é um meio de transporte bem diferente do que estava acostumada. Não demorou muito perceber as vantagens destas viagens, principalmente para trajetos longos.
Antes de entrar na aeronave faço minha oração e quando me assento percebo alguns passageiros fazendo o sinal da cruz. Há certa tensão “no ar” antes da decolagem e a mesma tensão volta antes do pouso. Graças a Deus todas as viagens que fiz até hoje foram tranquilas. Porém, nesta última viagem, provei um momento tenso quando passamos por uma breve, mas forte turbulência.
Voltava de Campinas para Uberlândia. A aeronave era de médio porte. Eu estava sentada bem no rumo da hélice. Era noite e as nuvens estavam bem escuras e carregadas. Da janela não dava para ver nada.
Quando entramos na zona de turbulência comecei a ver, de tempo em tempo, um reflexo vermelho e a silhueta da hélice. A sensação não era das melhores. De repente veio a turbulência mais forte. Foi numa fração de segundos. Todos se seguraram na poltrona num movimento involuntário causado pelo susto.
Passado o temor tudo voltou ao normal e pousamos em segurança no nosso destino.
Aquele reflexo de segurar firmemente na poltrona ficou marcado na minha memória. Mesmo confiando na segurança de voar, quando aconteceu a turbulência todos tiveram a mesma reação. É uma resposta automática da psique.
Talvez possa dizer que na fé reagimos da mesma maneira. Confiamos em Deus e ficamos em paz quando tudo vai bem. Porém, quando atravessamos uma zona de turbulência a nossa fé é provada. Imediatamente nos “seguramos” na “poltrona”, ou seja, clamamos a Deus por socorro. É como um grito da alma, uma resposta imediata ao momento de tensão. Apesar de confiar, de nos sentirmos seguros em Cristo, temos a necessidade de pedir por socorro. E Ele vem.
Deus está conosco. Ele é o nosso lugar seguro. O nosso refugio. Em tempos bons ou em tempos ruins ele permanece o mesmo. Podemos nos deleitar nele e seguir em paz em nossa “viagem” pela vida.
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