Lembro-me dos meus dias de criança quando visitávamos minha família que mora na zona Rural de Romaria.
Era um tempo muito gostoso onde podíamos brincar com liberdade debaixo dos pés de manga, no rio, andar a cavalo e de tantas outras brincadeiras.
Normalmente o almoço se atrasava com tanta conversa para se colocar em dia e nós crianças cheias de euforia e energia logo percebíamos que estávamos famintos.
Então era uma boa oportunidade de brincar de “comidinha”.
Corríamos lá na cozinha e buscávamos os ingredientes para nosso almoço de brincadeirinha.
Arroz, sal, óleo... Enquanto uma turma se dispunha a buscar o alimento e acessórios, outra turma corria no paiol para buscar palha para o fogo.
Arrumávamos as pedras para nosso “fogão”, colocávamos as palhas e num instante tínhamos a nossa volta um monte de adultos nos vigiando.
O fogo se espalhava rápido e quase sempre podíamos provar a nossa “comidinha” antes do almoço de verdade.
Essa recordação me veio à mente quando tentava entender que tipo de “fogo” temos tido em nossas igrejas.
É uma preocupação minha e talvez seja também uma preocupação sua...
Muitas vezes parece que temos tido um “fogo de palha”. (salvo as exceções, Graças a Deus!)
O culto começa e o barulho toma conta da igreja, o som alto da música ritmada e a dança nos fazem ficar entusiasmados, mas acaba o “período” do louvor o barulho cessa. A dança e o entusiasmo parecem terminar junto com a música.
Fogo de palha se consome com rapidez e não pode preparar uma comida de verdade.
Corremos o risco de voltar para casa tendo nos alimentado da “comidinha” feita no fogo de palha, que queimou rápido, fez muita fumaça, mas que não pode saciar uma alma faminta.
Eu quero fazer parte da igreja que tem fogo vivo, cujo som de louvor pode ser escutado mesmo depois que a música cessar.
Eu quero fazer parte da igreja cuja dança não se baseia no movimento do corpo, na sensualidade e nos hits do momento, mas sai do profundo da alma.
Eu quero fazer parte da igreja que se queima de paixão e amor por Cristo e que está firmada na sã doutrina.
Não é possível se saciar com uma comidinha feita no fogo de palha.
No primeiro momento é divertido e prazeroso, mas logo o estômago ronca e a gente percebe que enquanto estávamos entretidos na brincadeira a comida de verdade está pronta e a mesa está posta.
Sabemos que o melhor a fazer é deixar o nosso “fogão” improvisado de lado e nos apressarmos em tomar um lugar à mesa onde há fartura.
Pense nisso amigo, que tipo de fogo está sendo oferecido no altar do Senhor?
Certamente Deus não se agrada de fogo de palha...
“O fogo que está sobre o altar arderá nele, não se apagará; mas o sacerdote acenderá lenha nele cada manhã, e sobre ele porá em ordem o holocausto e sobre ele queimará a gordura das ofertas pacíficas. O fogo arderá continuamente sobre o altar; não se apagará.”
Levítico 6: 12 e 13
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