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Uma História no Laboratório Fotográfico

Por estes dias eu estava rolando pelas publicações do Instagram e apreciando fotografias de lugares incríveis. As fotos são lindas, profissionais. A composição, a iluminação e a edição dão ainda mais vida e beleza para as imagens capturadas. E hoje pela manhã eu quis fazer uma edição. Eu gostaria de saber fazer isso, e tento, mas meus resultados não são tão bons. Publiquei a foto e me pus a digitar uma legenda. Me empolguei e corri a escrever um texto para não perder a inspiração.

Sempre ouço pessoas falando o que fariam se pudessem voltar no tempo. Nunca gostei dessa divagação. Mas, pensando sobre fotografia, essa talvez seja uma das disciplinas que toparia fazer de novo na universidade. Eu tive um professor que era muito inteligente, um homem estudado, com muita bagagem profissional. Porém, sua didática era deplorável. Ele era titular de três disciplinas do meu curso, duas delas eu amava: fotografia e maquete. Ele tinha uma dicção horrível, amava e valorizava a bajulação. Éramos mais de vinte alunas. Eu era uma que não o bajulava. O tratava como um professor e não como um amigo íntimo, e isso me custou notas baixas apesar da minha dedicação, frequência nas aulas e trabalhos bem feitos.

Você já entrou num laboratório de fotografia analógica? O laboratório da universidade ficava no térreo do prédio. Há uma porta de entrada que dá acesso a uma cortina densa protegendo o ambiente da entrada de qualquer luz externa. Lá dentro a iluminação é extremamente controlada, já que o papel fotográfico e o filme são sensíveis à luz. O ambiente é iluminado por uma luz de segurança de cor vermelha. O primeiro ambiente é uma área seca dedicado para manuseio dos filmes e em seguida há uma área destinada aos “banhos” dos papeis, onde se faz uso de líquidos químicos para a revelação das fotos. Neste ambiente também estão presentes os varais para secagem dos papeis.

Embora já existissem as câmeras digitais, a disciplina era focada na fotografia analógica. (Cursei fotografia entre os anos 2004 a 2008)

As aulas eram no escuro, salvo pela luz vermelha. O tato era o sentido mais necessário para aprender a manusear o filme com cuidado para não o expor a luz que poderia o queimar. Prontifiquei-me a aprender o processo. Enquanto eu exercitava o tato, manuseando a câmera, o filme e os equipamentos sob a instrução do professor, minhas colegas só exercitavam a audição (no caso a minha voz recebendo as instruções do professor) e a imaginação (mente fértil num ambiente escuro e vermelho). Apesar do bullyng, foi mágico ver o processo sendo desvendado diante dos meus olhos. Do negativo ao papel mergulhado na bandeja com liquido químico, a imagem aparecendo aos poucos revelando o que fora capturado pelas lentes.

Sempre que podia, eu passava pelo laboratório para pegar umas dicas com o técnico que lá trabalhava. Usei todos meus papeis fotográficos e cada oportunidade para aprender aquele processo. Infelizmente a fotografia analógica não me ajudou muito quando tive acesso à fotografia digital. O aprendizado da teoria foi deficiente, apesar da pratica ter sido satisfatório. Uma coisa eu tenho certeza, eu amo fotografia. Aprecio o olhar artístico e venho tentando melhorar minha capacidade de capturar imagens pelas lentes da câmera do meu celular. Como a tecnologia mudou rápido!

Se você tem uma idade próxima da minha sabe quanto valorizávamos uma foto, afinal, tínhamos apenas 12 ou 24 chances de fazer bons registros, e às vezes o luxo de 36 poses. Cada registro era escolhido com cuidado. Apesar de que as vezes tirávamos foto de qualquer coisa só para adiantar o processo de revelar o filme para ter em mãos uma única fotografia. Tínhamos que esperar um tempo e torcíamos para que o filme não queimasse. Que época hein!? E não faz muito tempo... pura nostalgia!

Enfim, hoje eu estava pensando nisso. Há tanto lugar bonito que desejo fotografar. Não no sentido profissional, porque não sou, mas pelo fato de estar aí diante de paisagens incríveis, momentos que merecem ser guardados não apenas na memória. Tentativa de pausar sensações únicas e imensuráveis. Que ferramenta agradável é a fotografia! Você concorda?

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