Pular para o conteúdo principal

Aumente seu repertório

Sempre aos domingos, quando eu e meus irmãos éramos crianças, íamos com meu pai em
uma praça da cidade para brincar. Era muito bom aproveitar o parquinho feito com madeira
pintado com cores vibrantes instalado na areia. Às vezes se acomodava naquela praça um
parque itinerante com brinquedos como carrossel e roda gigante. Obviamente ali era um
ponto importante para os comerciantes que montavam suas barraquinhas de lanches e
brinquedos. Era comum ver aquelas bolas gigantes e coloridas por todo o lado. Meus irmãos
ficavam bastante animados com os brinquedos mais “emocionantes”. Eles sempre queriam
aproveitar a roda gigante. Ao contrario deles eu preferia algo mais “leve”, não gostava de
“aventuras”. Enquanto eles arrastavam meu pai para a fila dos brinquedos eu tentava ganhar
uma bola gigante. Era assim todas as vezes, eles em busca de aventura e eu me contentando
em ganhar uma bola. O fato era que a bola me permitia ficar em minha zona de conforto.
Não sei você, mas eu sempre preferi ficar em um lugar confortável, conhecido e onde eu me
sinta no controle da situação. Porem, nós sabemos que a vida está sempre nos levando a
encarar aventuras, propondo desafios diários e nos dando um empurrãozinho para que
possamos experimentar coisas novas. Não fosse assim estaríamos sempre no mesmo lugar.
Lembro-me de quando já mais velha tomei a coragem de brincar num brinquedo chamado
kamikaze. Aquilo estava completamente fora da minha zona de conforto. Eu me sentei no
banco da ‘barca’ e aguardei o funcionário do parque fechar a trava. Que frio na barriga! Aquele
pêndulo logo daria uma volta de 360° e eu estava lá! Eu gritei muito. Quando fiquei de cabeça
para baixo pendurada naquele brinquedo não podia acreditar. Foi uma aventura e tanto.
Quando deixei o Kamikaze mal podia sentir minhas pernas, minha boca estava seca de tanto
que gritei e a adrenalina estava na grimpa. Uau! Que progresso. Eu estava eufórica com minha
nova experiência. Tinha história para contar.
Aquela não foi minha ultima vez no brinquedo e posso lhe assegurar que deixei de lado a
tentativa de me contentar com uma bola gigante. Não estou dizendo que me tornei radical e
aventureira. Meus irmãos podem atestar que estou muito longe disto. É difícil permanecer na
zona de conforto e ter satisfação pessoal. É muito provável que permanecendo no comodismo
teremos sempre as mesmas coisas para contar, nada de progresso, nada de experiências novas
e nada de adrenalina. Continuar fazendo as mesmas coisas é ter a certeza de obter os mesmos
resultados sempre. Às vezes é preciso furar a bola para descobrir que existem brinquedos mais
interessantes. Não entendeu? É necessário deixar a zona de conforto e aventurar-se em novas
experiências. Pode ser que você se apavore com o que vem pela frente, mas te garanto que
terá ótimas histórias para contar. Não tenha medo, aumente o seu repertório!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O que aprendo com a gazela?

Convidada para pregar no culto de encerramento das atividades (2013) do grupo Dorcas (grupo de mulheres da AIDB-Uberlândia), me senti motivada a estudar a história desta personagem bíblica que inspirou o nome do grupo. Quem foi Dorcas? O que seu nome significa? Quais seus valores? Porque sua história motiva outras mulheres que trabalham na obra do Senhor? O nome apresentado na história bíblica é Tabita e sua história é apresentada no contexto de sua morte. Estranho, não? A narrativa se encontra no livro de Atos, cap.9 à partir do verso 36. E assim começa a descrição dos fatos: “E havia em Jope uma discípula chamada Tabita, que traduzido se diz Dorcas. Esta estava cheia de boas obras e esmolas que fazia. E aconteceu naqueles dias que, enfermando ela, morreu; e, tendo-a lavado, a depositaram num quarto alto”. Para um “leitor dinâmico” estes dois versos resume toda a história. A mulher existiu, era uma mulher de boas obras, ficou doente e morreu (ponto!). Porém estes dois versos mostra

E o Fogo Lambeu a Água

Gosto de observar a multiforme graça de Deus. Em toda a bíblia podemos ler a respeito de estratégias pouco convencionais que Ele usou para livrar seu povo. Em uma batalha o sol e a lua pararam para que Israel pudesse lutar com vantagem sobre seu inimigo, em outra o grito e assombro foram as estratégias para conquista, outra Israel precisou apenas se colocar de pé para ver o livramento do Senhor e assim por diante. Cada batalha uma nova estratégia vinda da parte de Deus para livramento de seu povo. Aprecio a inspiração divina. Ele confunde os sábios com sua sabedoria e desarma os poderes das trevas com o simples sopro de sua boca. Quem é Deus como o nosso Deus? O interessante nessas histórias é perceber a sintonia que os homens e mulheres tinham com Deus. Eles sabiam que de Deus não se zomba e que cada peleja que enfrentavam estavam amparados por sua palavra. Sendo assim quando leio a história de Elias me maravilho. Ele desafiou os profetas de Baal a colocar a prova de quem e

Um encontro na fenda da rocha

Visitar as formações rochosas no início da semana me fez lembrar uma passagem interessante que se encontra no livro de Êxodo cap. 33 quando Moisés pediu para ver a glória de Deus. Impressiono-me com a ousadia desse homem em pedir para Deus algo tão grandioso. Enquanto olhava para as rochas pensava na história de Moisés, pois a bíblia menciona que Deus respondeu ao pedido dele. Não em sua totalidade é verdade, mas o levou numa fenda da rocha, tampou-lhe os olhos enquanto passava por ele e permitiu que visse suas costas.  Também me lembrei de duas músicas baseadas nessa história e gostaria de compartilhar com vocês... Uma é interpretada pela cantora Fernanda Brum se chama: “Em tua presença”  e a outra é interpretada pela cantora Alda Célia e se chama: “Mostra-me tua glória”  . Moisés desfrutou de um feito extraordinário, não ouve nada igual. Por quê?  Ele desejou um nível mais profundo de intimidade com Deus. Que possamos compartilhar do mesmo anseio de Moisés... Tenha