Ontem li uma reportagem que falava sobre a retirada dos cadeados da “ponte do amor” localizada em Paris. Numa região que evoca romantismo, aquela ponte (entre outras) se tornou uma atração turística onde casais do mundo todo “amarravam” seus amores. Segundo a superstição, devia-se jogar a chave no rio como símbolo do compromisso. A única forma de quebrar o pacto de amor seria encontrar a chave do cadeado e destrancá-lo.
A notícia esteve presente em vários canais de comunicação e de certa maneira despertou a ira de muitos que contribuíram para que aquele ato colocasse a ponte em risco.
Minha atenção se voltou para um casal de turistas que chegaram ao local no momento em que os trabalhadores removiam os cadeados e souberam da atual proibição. Eles ficaram irados porque estavam ali para cumprir “o ritual” do cadeado e afirmaram para um repórter local que esconderiam um num lugar em que não pudesse ser visto, mas a todo custo “trancariam” o seu amor na “ponte do amor”.
Tenho pensado no quanto é difícil provocar uma reflexão...
É desafiador fazer com que as pessoas parem por um momento o que estão fazendo (às vezes repetidas vezes e automaticamente) e pensem sobre o que está sendo proposto.
Embaixo da ponte para pedestres corre o rio Siena por onde navegam muitas embarcações com passageiros. Acredita-se que o peso extra (de mais de 1,5 milhão de cadeados do amor) no parapeito possa gerar um acidente, pois partes da estrutura podem desabar e com todo o risco (visível e eminente) há muitos que não conseguem refletir sobre o assunto.
Se todos parassem e pensassem a respeito, certamente a “tradição” não teria continuidade, a beleza natural da cidade seria conservada e o passeio turístico seria muito mais consciente e belo, por que não? E este é só um exemplo.
Infelizmente a reflexão é encarada como “artigo de luxo” de alto custo e que consome muito tempo, quando na verdade é tão simples de graça e é tão benéfica!
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