Algum tempo atrás ouvi alguém opinar sobre o aplauso. Atentei para o que dizia e desde então tenho “estudado” o assunto. Há muito que observar.
Aprendemos bater palmas desde muito cedo entre o sexto e oitavo mês de vida. (Minha sobrinha me deu a dica recentemente ao aprender bater palmas antes de completar sete meses). Quando isto acontece comemoramos com quê? Com palmas! É tão “fofo” e “meigo” ver um bebê fazendo isto.
Usamos este ato em muitas situações para demonstrar apoio, admiração, aprovação. Podemos fazer isto num aniversário, num desfile, num estádio, numa cerimônia de casamento ou inauguração de um empreendimento. Aplaudimos um palestrante, um político, um religioso ou qualquer pessoa eloquente. Podemos aplaudir até mesmo num surto de puro cinismo.
Muitas vezes juntamos ao aplauso o grito, o assovio ou o agitar da cabeça. Temos a capacidade para fazer muito ruído. Não há dúvidas.
Levando este assunto para dentro da igreja, aprendi que o povo apostólico é um povo barulhento. Desde criança eu ouço muito ruído “pentecostal” e de fato eu aprendi a gostar disto. Também faço parte deste povo barulhento. Eu grito, bato palmas, pulo e corro. Posso ser mais ativa em alguns momentos e em outro nem tanto, mas o fato é: eu faço barulho.
No entanto tenho observado que nós, os apostólicos ou pentecostais não somos os únicos. Como já disse, o ser humano é capaz de fazer muito ruído.
Então, vem a grande pergunta: O que diferencia o barulho do povo apostólico de outros barulhos que ouvimos por aí?
No Salmo 126 o salmista fala sobre o barulho que o povo de Sião fez ao sair da Babilônia e retornar para sua terra.
“Quando o Senhor trouxe do exílio os que voltaram a Sião, estávamos como os que sonham. A nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua de cânticos de alegria. [...]”. Tenho que parar aqui. Pois o próximo verso dá a dica para a resposta. Observe: “Então se dizia entre as nações: Grandes coisas fez o Senhor a estes”.
O barulho deste povo se fez conhecido entre as nações. Certamente houve grito, palmas, danças, assovios e muita música. Mas não foi um barulho qualquer, foi um barulho que fez conhecido os feitos do Senhor! As nações diziam: Grandes coisas fez o Senhor a estes.
Então, o que diferencia este barulho é o louvor que o acompanha. É o “glória a Deus”, “bendito seja o Senhor”, “o Senhor é bom”, "louvado seja o nome do Senhor”... É o elogio, a exaltação a glorificação. O homem pode receber o aplauso, mas só Deus pode receber o louvor. (Sl 115:1) Não avisaram isto para Herodes? (At 12:21-23) Ontem mesmo ouvi o pr. Gessé cantando uma belíssima canção que diz: a Deus seja a glória!
Eu ainda posso ouvir as palavras do missionário Juan B. Alvear, ele dizia sempre em seus sermões: “diga: Glória a Deus!”, “diga: Aleluia!”... Ele nos ensinou. E o que ele ensinou como líder apostólico ainda tem muito valor.
Só o aplauso não faz sentido, só o assovio não faz sentido. Barulho por barulho não adianta, tem que vir acompanhado de louvor a Deus. Ele é digno de recebê-lo!
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