Atracado no porto de Jope estava um navio prestes
a sair com destino à Társis. O “check in” para embarcar naquele navio não era lá
tão rigoroso. Bastava pagar a passagem para poder usufruir da viagem. O tempo
estava bom para navegação, os ventos eram favoráveis, e para iniciar a viagem
só restava aguardar o embarque de todos passageiros, o que não demorou muito.
O que parecia uma tranquila viagem de rotina
tornou-se em pouco tempo uma experiência fora de controle. De repente soprou
sobre o mar um vento forte e uma violenta tempestade ameaçava arrebentar o barco.
Todos naquele navio se desesperaram e
começaram a clamar cada um o seu deus. O desespero era tanto que os marinheiros
começaram a atirar as cargas no mar com o objetivo de aliviar o barco a fim de
se salvarem.
Esta é uma história muito conhecida, não é
mesmo? Todos conhecem o principal personagem desta história e o que lhe
aconteceu. Porém, a narrativa demonstra que a princípio todos eram iguais naquela
embarcação: passageiros cujo destino era Társis.
No ápice da tormenta levantaram uma
questão... Alguma coisa estava errada. Ali naquele navio havia um responsável
por todo aquele acontecimento pavoroso. Lançaram sorte e a sorte caiu sobre
Jonas que, alheio a situação, dormia tranquilamente no porão do navio, enquanto
os demais se desesperavam tentando salvar suas vidas em alto mar.
Agora diante de Jonas, um passageiro suspeito,
acontece um interrogatório com o objetivo de identifica-lo.
Eis as perguntas que fizeram a Jonas: “Quem é
o responsável por esta calamidade? Qual é a sua profissão? De onde você vem?
Qual é a sua terra? A que povo você pertence?” (Jonas 1:8).
Boa parte destas perguntas poderiam ter sido
respondidas no “check in”. São perguntas sobre identificação, mas só apareceram
na calamidade. Todos entraram no barco como simples passageiros, mas no momento
de crise, surgiu a necessidade de saber quem eram os ocupantes daquela embarcação.
Veja bem como esta história nos dá lições
importantes...
A princípio somos todos semelhantes. Somos
seres viventes, racionais. Podemos ser parte de uma mesma nação, frequentar os
mesmos lugares, podemos todos exercer a cidadania, frequentar a mesma igreja,
hospital, escolas e faculdades. Podemos ter o mesmo gerente numa agencia
bancária, ter o mesmo patrão, mas cada um de nós tem uma identidade própria.
Quando estamos num mesmo “barco” podemos ser
todos passageiros, mas precisamos saber quem somos qual a nossa origem, o nosso
propósito, quais as nossas habilidades e finalmente o nosso destino.
Jonas sabia que era hebreu, que adorava a
Deus, que estava fugindo de uma responsabilidade e que aquele mal era por causa
dele. Tudo aquilo poderia ter sido evitado se tão somente ele tivesse obedecido
ao seu Deus.
Nós não podemos jogar a responsabilidade para
terceiros. Questões que parecem ser tão simples como aquelas que fizeram a
Jonas precisam ser bem respondidas por cada um de nós. Afinal, quem eu sou? De
onde eu venho? O que estou fazendo aqui? Quais as minhas habilidades, talentos,
dons? E finalmente, onde quero chegar?
São estas perguntas que me farão sobressair no
meio da multidão, que me identificarão, farão o rastro da MINHA história, da SUA
história. Antes de prosseguir na viagem da vida, certifique-se de que todas as perguntas
tenham uma resposta clara e objetiva. Identifique-se!
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