Recentemente tive a oportunidade de ministrar a palavra na igreja. Naquela semana fui impulsionada a ler e meditar sobre nossa caminhada com Deus. Para pautar a mensagem utilizei o tão conhecido Salmo 23. Quem não conhece este salmo Davídico?
Davi antes de ser rei era pastor. Ele conhecia bem esta ocupação. Por ser pastor desenvolveu um senso de responsabilidade, cuidado e amor por suas ovelhas. Era ele o responsável pelo rebanho. Ele que alimentava, dava de beber, tratava as feridas e levava as ovelhas de seu pai para pastos seguros onde elas podiam descansar. Portanto, a figura do pastor era muito bem definida e compreendida por este salmista. Nada mais apropriado que utilizar de uma figura conhecida para transmitir uma mensagem.
Foi o que este homem fez no Salmo 23. Ele diz: O Senhor é meu pastor. Se Ele é meu pastor e eu sou ovelha... De nada terei falta. Ele se encarrega do meu descanso, Ele cuida da minha sede, fome e da minha saúde, Ele me ama.
É possível imaginar através destas palavras um campo verde muito bem cuidado e ovelhas de brancas lãs. A paisagem na imaginação é muito bonita até o verso 3. Porém, há uma mudança no “caminho” descrito pelo salmista no verso 4. As colinas verdejantes dão lugar a um vale de trevas e morte.
Preciso me deter um pouco aqui para falar sobre vales... Eles existem na caminhada com Deus. Estes acidentes geográficos são a representação de tempos difíceis. Eles são cercados por montes e colinas. São lugares baixos. A perspectiva que se tem no vale é que tudo ao redor é tão grande e superior. A visão fica limitada. O caminho se torna tenso! Vale representa dias maus, tribulação e aflição.
Observe que as palavras do salmista no verso 4, ainda que retratem uma paisagem sombria, permanecem calmas. “Mesmo quando eu andar por um vale de trevas e morte, não temerei perigo algum, pois tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me protegem”. (NVI)
Aqui há outro aspecto familiar para Davi. Outra “paisagem” que ele conhecia e podia falar com propriedade.
Qual a história mais conhecida deste homem? Acertou se respondeu: Davi e Golias. Qual foi o cenário deste confronto? Isto mesmo, um vale – O Vale do Carvalho.
Na bíblia sagrada encontramos várias passagens sobre vales.
Uma destas passagens fala sobre o Vale da Bênção ou Vale de Bereca. Está no livro de II Cr 20. Os povos de Amon e Moabe foram contra o rei Josafá para enfrenta-los em peleja. Os exércitos eram desproporcionais e o povo de Deus estava em desvantagem. Não havia nada que fazer, mas eles decidiram confiar em Deus. Neste vale o rei Josafá deu uma voz de comando para seu povo. Sabe qual foi? Louvai ao Senhor! No Vale de Bereca houve louvor e regozijo depois que os amonitas e moabitas foram derrotados pela intervenção de Deus.
Outra passagem muito conhecida é sobre o Vale de ossos secos. Ez 37. O profeta foi conduzido pelo Espírito do Senhor àquele vale. O Senhor pergunta ao profeta Ezequiel se aqueles ossos poderiam voltar a vida ao que ele responde: Tu sabes. Então o Espirito do Senhor dá uma voz de comando naquele vale: Profetiza!
O salmista obteve vitória no vale (ele foi contra Golias no nome do Senhor), o rei Josafá e seu povo obtiveram vitória no vale (através do louvor) e o profeta viu ossos retornando a vida no vale (porque profetizou segundo a palavra do Senhor).
Esta “paisagem” no caminhar com Deus pode ser sombria e tenebrosa, mas o Senhor é nosso pastor. Ele é Deus dos montes e dos Vales.
Ele estando conosco podemos nos assegurar que nos protegerá!
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