Cresci vendo as aeronaves cruzar os céus por onde morei. Meu olhar admirado sempre acompanhava o risco de nuvens que se seguia no céu. Pensava comigo, um dia... Um dia!
Este dia foi em abril do ano passado. Já estava morando em Curitiba e fui para Campinas pela companhia Gol. Voo comercial, viagem rápida. O destino era o acampamento de jovens da IAB em Sumaré. Ao meu lado estava uma amiga que também estava viajando de avião pela primeira vez.
O ronco das turbinas, o impulso para decolagem, os avisos das aeromoças e o pouso pareceram tão rápidos que nem percebemos que já havia acabado. Com 29 anos, parecia uma criança descrevendo o meu primeiro voo. Foi tranquilo, mas muito pouco. Retornamos para Curitiba pela mesma companhia. Mais uma vez uma pequena viagem.
A novidade, o futuro, aquilo que não conheço me faz sentir um “frio na barriga”. Quem não sente? Neste contexto sempre aparece um grande luminoso imaginário escrito: E se? E se? Vale a pena viver se perguntando “E se”? Aquele medo foi vencido!
Não fiz tantas viagens desde a primeira. Posso contar nos dedos... São 8 viagens de avião. Viagens curtas. Algumas conexões. O medo, ah sim... O medo ou o temor sempre existiu. Mas há outro sentimento que o vence. A coragem de enfrenta-lo.
Em minha penúltima viagem eu decidi olhar pela janela com toda a atenção. Eu estive em êxtase! O tapete de nuvens me fez admirar meu criador. Que artista excelente é o nosso Deus! Aquela paisagem não saiu mais da minha memória. Que coisa mais linda... E tem ainda os recortes no solo vistos de cima. Tudo parece milimetricamente calculado. As cores das vegetações formam mosaicos maravilhosos. Eu fiquei submersa nestas contemplações. Foi a viagem mais encantadora que já fiz.
Vontade e medo... Que interessante! Sabe o que acontece agora? Eu ouço as aeronaves cruzando os céus e no meu coração eu digo: quando será a próxima? Sabe por quê? Sei que voar é seguro, é bom e prazeroso. Estou certa que o “frio na barriga” sempre aparecerá, afinal estou viva e isso é normal.
Esta experiência me fez refletir sobre outras coisas que também tenho vontade de fazer e que são desconhecidas, e que normalmente acrescenta uma pitada de medo ao meu coração. Posso seguramente confiar que a coragem que vem de Deus me capacitará a enfrentar novamente o medo. Então, nesse momento tenho a certeza que experimentarei novas “aventuras” prazerosas e que me permitirão vislumbrar a multiforme graça de Deus.
“Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido”. Jó 42:2
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Beijos