Um dos primeiros lugares que
visitei logo ao chegar a Uberlândia foi uma loja de instrumentos musicais. É
uma loja em constante ascensão no centro da cidade e está cada vez mais
interessante. Há vários instrumentos de sopro, cordas, teclas e percussão expostos
em toda a loja. Enquanto estava lá havia silêncio. Nenhuma melodia estava sendo
tocada apesar de muitos modelos e marcas. Era apenas uma loja silenciosa.
Apenas instrumentos expostos.
Lembrei-me disto ontem à noite
enquanto orava a Deus na igreja me colocando no lugar de um instrumento.
Fiquei imaginando aquela loja
com todos os instrumentos... Se por ventura entrasse ali um exímio músico que
diferença faria! Ele poderia pegar um instrumento de cordas e dedilhar uma
melodia incrivelmente bonita. Talvez ele escolhesse um instrumento de sopro e
pela sua expertise poderia fazer soar uma linda harmonia de sons. Poderia tirar
uma sucessão de acordes de um piano dali. O que sei dizer é que aquela loja
seria tomada de musica de altíssima qualidade e tudo estaria mudado não pela
presença dos instrumentos, mas pela presença do músico de talento inestimável.
Sei que lá estão marcas como Roland,
Stradivarius, Yamaha, Pearl e muitas outras, porém por mais prestigiosos, não
passam de instrumentos. Ficarão nas prateleiras silenciosos se não forem
tomados nas mãos de um músico.
Cada um de nós somos
instrumentos e nosso valor só pode ser visto nas mãos de um exímio músico. Só
ele pode tirar de nós uma linda melodia. Caso contrário seremos seres
inanimados.
O curioso disso é que por mais
que um instrumento esteja inanimado, empoeirado, riscado ou torto num canto
qualquer, aos olhos de um músico ainda tem utilidade. Ele o pegará com cuidado.
Tirará a poeira, cuidará do risco e o restaurará e depois disso mostrará o seu
talento com sorriso triunfante. Em suas mãos não há instrumento perdido.
Que bom que Deus é este exímio
músico e em suas mãos podemos ser um instrumento de valor.
Comentários
Pode parecer estranho comentar tão longe da data de hoje, mas sempre que posso, tenho buscado mensagens aqui no seu blog... Às vezes vou para 2.007, 2.009,... Hoje estou aqui. E enquanto lia este texto, fiquei pensando que se Deus, como homem, tivesse uma profissão (teria várias), mas se apaixonaria por arqueologia... Sabe, é tão frequente falarmos de restauração, renovo, 'nova criatura'... Mas não há absolutamente ninguém que viva alguma destas experiências, e que não seja só um barro sem valor, perdido neste mundo, enterrado em um canto qualquer, só esperando um 'arqueólogo' os encontrar. Me sinto assim, querendo ser achado por Deus. Empoeirado, fossilizado, mas pronto para ser descoberto pelas mãos do Salvador...
Só compartilhando.
Abraços, André Rodrigues.