Este ambiente deveria ter qualquer outro nome, menos, sala de espera.
Meu Deus! Essas salas são propícias ao tique nervoso. Sudorese. Pés irrequietos.
Você chega e logo te dão uma instrução: Pode esperar!
Pode é? Ah, bobagem! Estou numa sala de espera!
20 minutos passados e chamam o meu nome. Legal, só 20 minutos. Nada mal.
Volto ao balcão da recepção, querem um documento de identificação para preenchimento do meu cadastro. (Isso poderia ter sido resolvido a 20 min. atrás – mas, estou numa sala de espera, né? ) Ok! Cadastro preenchido. Agora posso... Voltar para a sala de ESPERA!
Ah, querem testar minha paciência? Vamos lá. Junto me ao coro dos pés saltitantes.
Mais 20 minutos se passam. Percebo as revistas no revisteiro. São antigas e todas rasgadas assim como a maioria das revistas desse tipo de ambiente. (raras exceções). Alguns “pacientes” esperam pela vez tentando manter a calma mirando o televisor fixado numa altura bem acima do campo visual correndo o risco de adquirirem torcicolo.
Pois é. Percebo também que não há relógio na parede. Nisso foram espertos. Melhor não indicar o tempo de espera para o individuo que está aguardando atendimento.
Agora já somam 40 minutos e escuto a enfermeira discutindo a respeito do meu nome com a recepcionista. Querem colocar um “f” ou pelo menos mais uma vogal para que fique correto e possibilite uma pronúncia sem dificuldade. Nesse momento já me levanto e vou seguindo a enfermeira. É hora de medir a pressão e os batimentos cardíacos. Que tal? Aquele negócio me faz ficar super tensa. Parece que vão apertar a cinta até ver o meu braço partir. Claro, o resultado quase nunca é normal. Depois de me fazer esperar mais de 40 minutos e apertarem o meu braço como pode a pressão estar normal? Estou parecendo uma panela de pressão.
Volto para a "bendita" sala de espera onde minha paciência será provada por mais longos minutos. Finalmente escuto o médico clinico chamando pelo meu nome. Faz-me algumas perguntas. Confere meus batimentos cardíacos. Por fim questiona se eu estou bem. Na minha cabeça passa uma retrospectiva desde que entrei na clínica. Meus longos minutos de espera numa sala nada confortável. E por fim respondo. Sim. Está tudo bem. Afinal, tirando minha irritação por falta de paciência graças a Deus está tudo bem.
Saio da sala uma hora depois com o abençoado papel que fui buscar. Encontro meu pai no estacionamento ME ESPERANDO. Ah se tivesse jeito de canonizá-lo! Só pode ser santo esse homem com tamanha paciência!
Volto pra casa e de repente começo a cantarolar uma música: A paciência é uma grande virtude... O tempo alimenta nossa fé...
Verdade. E que virtude! Agora, quanto ao tempo, prefiro dizer que ele prova nossa fé!
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