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Uma História no Laboratório Fotográfico

Por estes dias eu estava rolando pelas publicações do Instagram e apreciando fotografias de lugares incríveis. As fotos são lindas, profissionais. A composição, a iluminação e a edição dão ainda mais vida e beleza para as imagens capturadas. E hoje pela manhã eu quis fazer uma edição. Eu gostaria de saber fazer isso, e tento, mas meus resultados não são tão bons. Publiquei a foto e me pus a digitar uma legenda. Me empolguei e corri a escrever um texto para não perder a inspiração. Sempre ouço pessoas falando o que fariam se pudessem voltar no tempo. Nunca gostei dessa divagação. Mas, pensando sobre fotografia, essa talvez seja uma das disciplinas que toparia fazer de novo na universidade. Eu tive um professor que era muito inteligente, um homem estudado, com muita bagagem profissional. Porém, sua didática era deplorável. Ele era titular de três disciplinas do meu curso, duas delas eu amava: fotografia e maquete. Ele tinha uma dicção horrível, amava e valorizava a bajulação. Éramos ma...
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A casa da árvore

 Eu não entendo muito sobre plantas, confesso que meus estudos sobre paisagismo na faculdade não foram muito proveitosos. Porém, é impossível não se encantar com os ipês floridos na cidade. Dizem que o ipê roxo é o primeiro a florescer, porém, na minha percepção, eles são os últimos a enfeitar a cidade. Por onde ando eu os vejo, lindos, floridos, trazendo um contraste de cores sensacional para a paisagem urbana. Há alguns dias eu estou observando um exemplar dessa árvore bem de perto. Ela fica no meu caminho quando faço minha breve caminhada no horário do almoço. Mas não é apenas a floração que me atrai nessa árvore. Ao redor do seu tronco foi construída uma plataforma para servir de “casa da árvore”. Há uma pequena estrutura improvisada para o guarda-corpo feita com tábuas reaproveitadas de uma construção ao lado.  Passando por ela nunca vejo crianças brincando. Penso que a pessoa que construiu a estrutura seja um pai com a idade aproximada da minha que desejou recriar um esp...

Verdadeira

Enquanto segurava o pão e o vinho da Santa Ceia, veio à minha memória uma oração que tenho repetido desde o início deste ano: “Quero ser uma pessoa de verdade e não uma fachada.” Senti um nó na garganta e um aperto no peito, porque exatamente agora, neste momento, estou sendo provada nesse sentido. Minha fé está à prova. E, de fato, estou tendo a oportunidade de provar se sou verdadeira naquilo que creio. É curioso… a fé é ao mesmo tempo algo simples e incrivelmente complexo. É difícil de explicar. Ou vai me dizer que, para você, é fácil definir o que é fé? Hebreus 11:1 é profundo: "Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem." Eu entendo — e, ao mesmo tempo, não consigo explicar. Mas deixa eu tentar explicar a minha oração sobre ser verdadeira. Sou mulher, estou na casa dos 40, e desde o meu nascimento sou cristã em uma igreja pentecostal. Sempre usei saia, nunca me pintei, nunca usei joias. Agora, já adulta, com cabelos bra...

A dádiva do dia ordinário

 Há alguns dias, compartilhei com os membros da igreja que frequento uma mensagem com o tema: A Jornada da Fé . Naquela ocasião, usei como metáfora uma experiência que tive ao visitar dois pontos turísticos no Peru — a montaña Vinicunca e a Laguna Humantay — para me referir à jornada da fé. Falei sobre a beleza daqueles lugares e do êxtase que é estar diante daquelas paisagens. Porém, para acessá-los, é necessário percorrer trilhas desafiadoras — nem tanto pelo terreno, mas pela alta altitude. É necessário muito esforço físico à medida que a altitude aumenta. O fôlego fica curto e a caminhada se torna bastante difícil. Eu havia me preparado para enfrentar aquelas trilhas, mas, mesmo assim, foi desafiador. No fim, valeu muito a pena: o passeio foi sensacional, uma experiência memorável. Usei essas experiências no Peru como metáfora porque a trilha pelo vale até chegar ao alto da montanha foi muito marcante. Tenho uma foto que a guia turística, que estava me acompanhando, tirou d...

Identidade em Tempos de Cópias

Mês passado estive com uma pessoa e falei com ela sobre identidade. Acho que fui muito contundente ao expressar minha opinião — mais do que eu gostaria. Porém, esse é realmente um tema que me atrai. O dicionário Michaelis define identidade como uma série de características próprias de uma pessoa ou coisa, por meio das quais podemos distingui-las. São essas características que nos tornam seres individuais. Embora vivamos juntos, como sociedade, cada um de nós é único; diferente. A cada dia fico mais impressionada com a tentativa da sociedade de padronizar-nos. As redes sociais se tornaram antros de divulgação de modelos a seguir, e as pessoas, em busca de pertencimento, seguem cegamente esses padrões. A velocidade com que essas fagulhas são lançadas e espalhadas é assustadora. Basta um “influenciador” lançar um produto, uma estética ou um serviço para que a internet se encarregue de reproduzi-lo em massa. Claro, esse comportamento não é novo. Mas a velocidade de propagação, por caus...

Vivência, Não Aparência

Enquanto o pregador falava eu me lembrei de um livro que li, do autor Tommy Tenney, A casa favorita de Deus. Ainda estou pensando sobre o assunto. A mensagem do culto foi a respeito de que a presença de Deus é o que mais nos importa e o livro fala a respeito de que devemos criar um ambiente para a morada permanente de Deus e não apenas um lugar em que ele vem visitar ocasionalmente. Essas mensagens me fizeram olhar para dentro e pensar em minha história de vida, em como todos os momentos dela estão atrelados à presença de Deus. Toda a minha vida é com Deus. Não há qualquer momento que eu possa descrever em que Ele não se faça presente. E não estou falando apenas de momentos bons, perfeitos e agradáveis. Há uma música que eu gosto muito do tenor David Phelps que é intitulada como Life is a church. E sobre essa música ele diz o mesmo que acabei de escrever, que a vida dele sempre foi atrelada a fé, ao envolvimento na igreja e as experiências sacras. Não sei como é hoje, mas na época ...

Entre a Amígdala e o Temor do Senhor

No mês de abril deste ano, iniciei minha terceira especialização: Arquitetura Aplicada à Saúde, Bem-estar e Neurociências. Amei as duas primeiras disciplinas ofertadas: Neurociência e Comportamento Humano e Emoção, Aprendizado e Memória. Foram temas que me prenderam de verdade e despertaram ainda mais o meu interesse. Se eu pudesse voltar no tempo para escolher uma profissão, não teria dúvidas em optar pelo design. Mas como segunda escolha, com certeza ficaria com a Psicologia. Sou fascinada pela mente e pelo comportamento humano. Mesmo sem o bacharelado na área, leio e estudo o assunto há muitos anos. Às vezes, troco figurinhas com minha irmã, que é psicóloga. Ultimamente, tenho meditado sobre um assunto abordado nas primeiras disciplinas da pós: o medo. É um tema polêmico dentro do ambiente cristão, mas que considero relevante e necessário. Quero falar um pouco sobre isso. O medo é uma resposta natural do cérebro a ameaças. Ele ativa a amígdala cerebral, uma região que processa emoçõ...