Quando eu estava no ensino médio, no momento de decidir por uma profissão, eu finalmente quis dar sentido à minha habilidade com desenho e trabalhos artesanais. Eu sabia desde sempre que queria entrar para a Universidade Federal de Uberlândia e o curso disponível que me interessava naquela instituição era Decoração. Eu me interessava por muitas formas de arte, a arquitetura, a pintura e escultura. Paralelo a isso eu comecei a buscar conhecimento bíblico. Comecei a ler com diligencia a bíblia sagrada e a buscar uma experiência pessoal de fé. E estes momentos me levaram a pensar na Itália. Pela arte, pela arquitetura e pela fé com a história do cristianismo e as viagens de Paulo.
De repente a Itália havia tomado
um lugar importante na minha imaginação. Eu comecei a divulgar meu interesse
por aquele país. Minhas falas a respeito do futuro incluíam visitar Roma,
conhecer o Coliseu, apreciar as obras de Michelangelo e tudo o mais.
Eu comecei a estudar Decoração e
as aulas de História da Arte e da Arquitetura, Desenho Arquitetônico, Estética
e outras me deixavam cada vez mais interessada em conhecer a Itália. Obviamente
a leitura bíblica e a apreciação do personagem bíblico, Paulo, também me levavam
a sonhar.
Levou um tempo, um longo tempo,
até que meu sonho se realizasse.
Quando eu finalmente pisei em solo
Italiano eu estava como que sonhando. Cheguei por Roma, visitei Nápoles,
Pompeia, Capri, Florença, Verona, Veneza e Milão. Eu apreciei cada construção arquitetônica,
cada pintura e cada escultura que vi. Eu comi vagarosamente apreciando cada
bocado das comidas que escolhi provar. Eu fiz vários registros fotográficos. Eu
guardei o cheiro de alguns lugares. Eu apreciei cada passeio que fiz. Aquela viagem
foi incrível e cada vez que penso que tive a oportunidade de realizar aquele
sonho eu penso que todos deveriam provar esta sensação de realização.
Depois da Itália já conheci
outros países. Mas, sempre que falo de sonho eu volto os meus pensamentos para
lá.
Todos deveriam provar a sensação de realização de sonhos, mas a verdade é que nem todos estão dispostos a pagar o preço. A renunciar o imediatismo e a futilidade.
Sonhar é gratuito. Realizar um
sonho custa caro. Mas, vale tanto a pena!
Quanto mais o tempo passa, mais especiais
as lembranças se tornam. Com o tempo você filtra as suas experiências e tudo
fica mais gostoso. Eu me recordo da sensação boa de caminhar sozinha por
Florença, da refeição que fiz num ambiente cheio de italianos, de ouvir o
burburinho do restaurante com sons desconhecidos. E a lembrança é tão
agradável!
Eu fiquei entusiasmada ao ver a
Capela Sistina apesar de estar apertada na multidão, fiquei de boca aberta ao
avistar a escultura de Davi na Galeria de Arte, mesmo tendo ficado duas horas e
meia numa fila. Passear por Capri foi tão refrescante, mesmo tendo ficado
enjoada durante toda a viajem pelo mar. Veneza me encantou à primeira vista, e
eu não me lembro de forma alguma do cheiro ruim daquela cidade portuária. Trago
na memória olfativa o cheiro cítrico dos "limões sicilianos".
Vale a pena sonhar, mesmo que demore tempo para a realização acontecer. E quando tudo acontecer haverá espaço para novos sonhos, pode acreditar! A lembrança tem um papel muito importante na vida. Ela ajuda a manter viva a esperança.
Comentários
Grade Abraço, Daphnne Reflexiva.
Um antigo amigo...
Um antigo amigo.