I e II reis são para mim os livros mais fáceis de ler de toda a bíblia. Neles encontramos os relatos dos ministérios dos profetas Elias e Eliseu. Suas histórias são repletas de milagres e maravilhas. Tenho voltado minha atenção para a história narrada no capitulo 5 de II Reis. O escritor fala sobre a cura de Naamã, o capitão do exercito da Síria.
A narração começa enaltecendo a posição deste homem em relação à sua pátria. Ele havia conquistado uma batalha contra Israel e por conta disso adquirido muito respeito de todo o povo. Desta batalha ele capturou uma menina que se tornou serva da sua esposa. Em seguida o escritor dá a conhecer a condição deste homem, ele era leproso. Ora, a lepra era uma doença que limitava em muito a vida das pessoas, não só do ponto de vista da saúde, mas também do ponto de vista social. Um leproso não podia viver em sociedade. Deveria ser posto para fora da cidade.
A história não menciona o nome dessa menina, nem sua idade e nem sua origem familiar. Mas, ela está ali como uma personagem importante da história de Naamã. Então vemos que ela se dirige à sua senhora, esposa do capitão, dizendo que em Israel haveria um profeta que poderia curar Naamã da Lepra. Leio a história com pouca atenção até aqui. A esposa do leproso ouve a recomendação da menina e avisa Naamã. Ele por sua vez vai até ao rei repassando a recomendação e o rei por sua vez manda que o capitão vá a Israel para ser curado.
Uau! Qual adulto dá tamanha atenção ao que diz uma criança? E por que dariam tanta atenção a uma criança que está na condição de escrava, vivendo em servidão? O que esta menina tinha de especial para colocar em polvorosa toda aquela gente? Eu estou agora com a atenção completa nesta criança. Qual seria a sua origem familiar? Que tipo de educação ela havia recebido? Qual era a sua fé? E por que ela acreditava no profeta?
Vou para o livro de Lucas, capitulo 4 verso 27 onde Jesus menciona que no tempo do profeta Eliseu havia muitos leprosos e nenhum deles foram curados a não ser Naamã. Isso significa que aquela criança não tinha referencia de curas de lepra. Ninguém jamais havia sido curado de lepra através do profeta Eliseu. Como ela acreditava que isso poderia acontecer ao ponto de mover o coração da sua senhora, do seu senhor e do rei da Síria? Que fé extraordinária! A fé de uma criança anônima resultou não apenas na cura de Naamã, mas também na sua conversão, pois, logo depois de ser curado aquele homem declara: “Eis que agora sei que em toda a terra não há Deus senão em Israel”.
Aquela menina creu em Deus e no seu profeta e fez prosperar o lugar onde seus pés tocaram.
“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem.” Hebreus 11:1
“Crede no Senhor vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus profetas, e prosperareis;” 2 Crônicas 20:20
E então, nossa fé tem impactado tanto as pessoas ao nosso redor como a fé daquela menina? Estamos dispostos a nos tornar anônimos contanto que nossa fé jamais permaneça no anonimato?
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