Não sei ao certo quanto tempo moramos naquela casa no bairro Santa Mônica em Uberlândia.
Tínhamos uma casa boa, razoavelmente grande.
Meus pais sempre foram bons anfitriões. Nossos quartos sempre cabiam mais um e na mesa sempre havia lugar para mais um.
Não mudou muito desde então, se não fosse pelo fato de que agora temos uma casa menor, menos quartos e menos espaço. Porém, hospitalidade continua sendo um requisito em minha família. (Confesso que ainda sou aprendiz...).
Como não me lembrar de quando eu e meus irmãos chegávamos da escola e de longe sentíamos o cheiro da quitanda saindo do forno? Recordo-me também das muitas visitas que recebíamos por lá.
A sala de jantar se transformava num salão de festas nestas ocasiões em que tínhamos visitas. Algumas delas tinham suas receitas favoritas preparadas por minha mãe. O “Pintado ao Molho”, por exemplo, era o prato preferido do missionário Juan.
A única coisa que fazia “a música parar” era quando sobrava para mim a tarefa de lavar as louças. Não, não era sempre que acontecia. Tínhamos uma pessoa que nos ajudava com as tarefas de casa. Mas... Voltando naquele momento em que a festa parava e que tudo que eu podia fazer era obedecer e lavar as louças... Bem, eu muitas vezes recorria à fantasia para me livrar do “fardo tão pesado”.
Que adolescente aceita numa boa lavar as louças sem reclamar?
Que adolescente aceita numa boa lavar as louças sem reclamar?
Ok, eu tinha sempre um lugar reservado na fantasia para realizar aquela tarefa.
Imaginava que aquela cozinha era na verdade o meu restaurante e que havia acabado de servir um banquete aos meus convidados. Então, como o resultado daquele banquete havia atendido as minhas expectativas eu me prontificava a ajudar com a limpeza.
Aquela fantasia me ajudava a lavar as louças com um sorriso nos lábios. O que antes era “árduo” depois da fantasia parecia uma boa coisa, uma satisfação e a sensação de dever cumprido.
Imaginava que aquela cozinha era na verdade o meu restaurante e que havia acabado de servir um banquete aos meus convidados. Então, como o resultado daquele banquete havia atendido as minhas expectativas eu me prontificava a ajudar com a limpeza.
Aquela fantasia me ajudava a lavar as louças com um sorriso nos lábios. O que antes era “árduo” depois da fantasia parecia uma boa coisa, uma satisfação e a sensação de dever cumprido.
Tenho me lembrado daqueles momentos. Hoje gosto de cozinhar e claro, as louças continuam sendo a parte chata da cozinha. Porém, quando me proponho a cozinhar tenho a alegria de manter a cozinha limpa. (Na verdade isto não acontece quando outra pessoa está cozinhando, mas isto é outra história!)
O banquete pode ser incrível, lindo, agradável... Mas as louças estarão lá quando tudo terminar.
O fato é que quando assumo a responsabilidade de preparar um prato, pelo prazer de cozinhar, também assumo o lado difícil ou chato da tarefa. (Tá bom, se alguém insiste, eu sedo a honra das louças)... Não deve ser assim em questões mais sérias.
Sejamos prudentes.
Regalias sempre virão acompanhadas de obrigações correspondentes.
Regalias sempre virão acompanhadas de obrigações correspondentes.
Se aceitarmos as regalias, sejamos responsáveis em cumprir as obrigações!
Comentários
guerobo,doce de manga verde e GALINHADA,que só Ela para fazer,saudades daqueles tempos. Um abraço Cristão de seus amigos de sempre,Pastor Anísio,e Ev. Dalva.