Imagine se sua vida fosse uma embarcação. Você seria proprietário (a) de um grande investimento e precisaria ser um bom administrador para não colocar sua economia a perder. Receberia diversas pessoas com as quais teria o prazer de desfrutar viagens de curtas e longas distâncias. Poderia definir programações de seu interesse para serem executadas; itinerários diversificados e o valor das passagens cobradas para sua embarcação.
Pensando nisso venha comigo para a história de Jonas, o profeta fujão.
Ele deveria ir para Nínive e pregar naquela cidade e anunciar sua destruição. Sua tarefa era muito difícil de realizar e por isso ele preferiu fugir da responsabilidade e mudar seu itinerário.
Descendo a Jope encontrou um navio que ia para Társis. Pagou sua passagem e desceu para o porão, deitou-se e dormiu um sono profundo.
Você conhece a história, não é? Veio uma grande tempestade, o navio começou a sofrer avarias e os marinheiros ficaram muito preocupados. Lançaram sorte para ver quem tinha causado aquele mal e a sorte caiu sobre Jonas (que azar!).
Voltemos para a história da embarcação. Quero fazer algumas perguntas. Se essa história de Jonas acontecesse na sua embarcação, qual seria sua culpa pela desgraça que aconteceu? Não seja rápido em dizer nenhuma.
Lembre-se que você teria a possibilidade de colocar o preço nas passagens...
Jonas naquele momento era um viajante fugitivo. O que significa que ele não escolheu o navio por ser o melhor, ou pela programação que oferecia, ou apenas pelo itinerário. Somente uma pessoa prudente e responsável pensaria nessas questões. Jonas precisava de qualquer embarcação que não estivesse seguindo em direção a Nínive de onde ele estava fugindo. Preferencialmente uma embarcação cuja passagem fosse barata. Quem foge não guarda economia para um bom meio de transporte. Ele não estava em busca de primeira classe, tanto é que fez sua viagem no porão do navio.
Note que nenhuma inspeção foi feita para selecionar os viajantes, porque certamente Jonas dançaria nela. Ele comprou passagens na última hora de qualquer jeito. Não havia apresentado sua identificação, nem sua naturalidade, nem sua ocupação, nem o motivo da viagem.
Então, depois dessa exposição, qual a culpa do proprietário do navio nessa história toda? Ele colocou em risco a vida dos demais viajantes, perdeu carga possivelmente importante, perdeu tempo e investimento. A culpa dele foi não selecionar quem poderia entrar na sua embarcação. Jonas estava errado é verdade. Mas, não era o único.
Assim também nós somos os responsáveis pelas pessoas que deixamos ter acesso à nossa vida. Existem muitos fugitivos de responsabilidades propostas, sem disposição para pagar um alto preço para compartilhar uma viagem longa e segura. Eles oferecem apenas um trocado para ocupar um mísero porão. Porém a presença deles pode por em risco sua vida por inteiro.
Qual o preço para entrar em sua embarcação?
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Michelle Alvear