Oi! Dia dos Namorados hein. Você tem companhia nesse dia?
Hum! Estou aqui começando a leitura de um livro, "Lições inesperadas sobre o amor'. Não sei se é bom ou não. Só queria algo leve para ler. Achei uma boa opção.
Mas minha cabeça não está muito fixa na leitura no momento. Estou pensando sobre o amor.
Não posso me esquecer de quando eu pensava no amor quando era uma adolescente, inocente e sonhadora. Tenho muitas primas, e claro, falávamos sobre o futuro e nele se incluía o amor que não conhecíamos. Hoje sou a única solteira daquelas primas. A única que não se casou. A única que não teve filhos. E não estou namorando. Aliás, se te interessa saber, eu tive um único namoro.
Pois é, a adolescência passou e a maturidade chegou. E hoje sobram observações. Quando o fim do meu namoro chegou eu decidi muito firme a respeito de relacionamentos amorosos. Tão firme que se tornou uma forte muralha. Mas aquela decisão me proporcionou um salto enorme no meu autoconhecimento e tenho vivido experiências maravilhosas desde aquele dia quando sentada na calçada da minha casa resolvi me dar valor.
Vi muitos casais se formarem e infelizmente também vi muitos divórcios. Vi filhos nascerem, e crescerem e tanta coisa resultante de amores. E para cada experiência que vejo penso numa balança com dois pratos. Sabe? De um lado percebo o bônus e do outro percebo o ônus. Gosto de perguntar às pessoas com quem tenho um pouco mais de intimidade sobre esse balanço acerca do amor. Quais são os bônus e ônus e se o bônus compensa o ônus. E dessas perguntas já ouvi respostas diversas, mas a maioria delas pende para o bônus. O que é um bom resultado. Porém, no centro dessa balança tem algo constante, e não é o amor. É decisão.
Interessante!
Quando a gente é criança a gente não pensa que o amor depende de decisão. O pensamento é mais ilusório, fantasioso. A gente não pensa em ônus. A gente pensa no carinho, no afeto, nos beijos e abraços. A gente pensa em companhia, em sentimentos de cumplicidade e de partilha. Não é assim?
Você se lembra das brincadeiras que fazia? Daquelas em que se escrevia o nome das pessoas possíveis com quem poderia se relacionar, quantos filhos teriam, onde morariam e como seriam financeiramente? Você se lembra de desenhar corações com as iniciais do seu nome e da pessoa de quem você gostava? E por acaso naquele tempo você pensava no ônus de um relacionamento? Claro que não.
Mas você cresce e amadurece e começa a pensar no futuro de uma forma diferente, ainda bem né? E nesse ponto o ônus se torna uma peça importante da balança. Você pensa nas consequências dessa decisão tão importante da vida.
O problema da maturidade, do meu ponto de vista, é que o ônus fica muito claro e parece em alguns momentos ofuscar o bônus. Ah, o amor é lindo! Eu acho. É lindo ver um casal apaixonado, que se ama e se respeita. Que partilham admiração e cumplicidade. É lindo ver o brilho nos olhos. É romântico. Eu sei. Eu vejo. Observo. Mas, a vida não é feita só de momentos bons. E de novo, a questão não é sobre o amor, porque dele eu não tenho dúvida nenhuma, a questão é sobre decisão. Para que a vida a dois funcione é necessário que de ambos os lados haja uma firme decisão de permanecerem juntos.
E aí a questão fica mais tensa. A garota de catorze anos diria sim com as mãos entrelaçadas e com os olhos piscando, corpo tremulo e face queimando. Mas a mulher nos seus quarenta e dois anos não dá uma resposta tão simples facilmente. Ela questiona. Ela pesa na balança. Ela olha para dentro de si. Ela olha para a balança. E aqui estou, solteira, escrevendo esse texto no Dia dos Namorados.
Certamente quando eu disser sim é muito provável que terei conhecido o amor que lança fora o medo. É muito provável que terei conhecido o homem que me fez olhar para essa balança e ponderar sobre o bônus e o ônus, e fixar os olhos para o eixo da balança onde a decisão aguarda uma resposta e então terei dito: sim!
Feliz Dia dos Namorados.
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