Finalmente eu cedi. Fui àquele encontro que tanto adiei. Era feriado e não havia ocasião melhor. Mais uma conferida no espelho, e respirei fundo. Havia chegado o momento. Peguei as chaves do carro, me despedi e fui.
A cafeteria estava vazia, em ritmo de feriado. Escolhi a mesa próxima à janela. O tempo estava bom. Já sabia o que queria pedir. Um café com notas de mel, filtrado pelo método Chemex. Não estava esperando ninguém, eu era a minha companhia. Aquele era um encontro comigo mesma.
Às vezes é necessário um tempo de solitude. Eu queria estar sozinha. E não porque quisesse a solidão, mas queria um tempo de introspecção. Precisava organizar os meus pensamentos. Sou uma pessoa mais calada, mais quieta, mais observadora. Mas dentro da minha cabeça há um turbilhão de pensamentos. Sou muito intensa nos pensamentos. E eu precisava desse tempo de reflexão.
Retirei o meu segundo livro da bolsa. Comecei a folheá-lo. Eu me lembrei de todo o processo de desenvolvimento dele. De como eu me senti inspirada por Deus para escrevê-lo. Eu reli alguns textos enquanto sentia o cheiro do café que passava vagarosamente pelo filtro. Eu podia ouvir o gotejar daquele líquido e os pensamentos fluírem.
Fiquei por ali, de gole em gole absorta nos meus pensamentos. Me fiz perguntas sem a intenção de obter respostas concretas. Era como se tivesse diante de um espelho, olhando nos meus olhos. Refletindo na vida. E uma das perguntas que me fiz, foi se realmente vale a pena publicar outro livro. Como já mencionei, não busquei uma resposta concreta. Só queria pensar a respeito.
Finalmente me dirigi ao caixa, paguei pelo meu consumo e sai dali deixando aquele exemplar do meu livro de presente para a atendente. Eu estava feliz por aquele tempo de solitude, me senti bem e descansada mentalmente, ainda que com uma boa dose de cafeína correndo pelo meu corpo.
Um encontro consigo mesmo, recomendo! Experimente, e depois me conte o que achou. Até a próxima!
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